segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Artur Paes, pai de Joaquim - "Quem sabe o que aconteceu são os dois"

 

Pai do menino, Artur Paes diz que só a ex-mulher e o atual marido sabem o que realmente aconteceu com criança
 
Em uma entrevista emocionante, Artur Paes conta que teria pedido a guarda de Joaquim se soubesse que o padrasto tinha voltado a usar drogas, que não sai de Ribeirão até saber o que aconteceu com o filho e agradece a todos que têm rezado por ele e por um desfecho feliz para o desaparecimento. Leia abaixo.

Durante um desabafo, você disse ter tentado a guarda do Joaquim algumas vezes. Quando ocorreram essas situações?

Artur - Sempre pedia amigavelmente. Claro que quero ficar ao lado do meu filho, mas sempre considerei ideal ele ficar com a mãe. E, ao perceber que ele era bem tratado, nunca insisti. Mas, quando soube que o Guilherme capotou o carro, em um acidente no primeiro semestre deste ano, fiz a sugestão. No entanto, entendemos que não seria necessário. Mas, se a situação fosse diferente, se o Joaquim sofresse maus-tratos ou se eu tivesse sabido antes que o padrasto estava usando drogas novamente, teria levado esse pedido à Justiça.

A avó pediu a guarda alguma vez, como já foi dito?

Eu sempre quis afastar meu filho do convívio com quem usa drogas. Então tentamos isso algumas vezes.

Você considera a Natália uma boa mãe?

Sim. Pelo que sei ela sempre foi uma boa mãe. Sempre tive notícias dela o levando à escola e tendo cuidados constantes com a doença dele. Nunca duvidei disso.

Existem comentários de brigas do casal na vizinhança. O Joaquim chegou a comentar isso?

Nunca se queixou e não reclamava de nenhum dos dois. Aliás, eu não tenho conhecimento de qualquer briga dos dois. A imagem que a Natália passava para mim é que ambos viviam uma relação em um “mar de rosas”. Mas fiquei com o pé atrás a partir do momento que o Guilherme capotou o carro.

O Joaquim teve alguma reação diferente com a separação de vocês? E quando começou a conviver com o padrasto?

Nunca, jamais. Meu filho é um menino educado, que cumprimenta todo mundo, gosta de brincar. É uma pessoa espetacular e nunca disse nada negativo em relação ao Guilherme.
O acordo de vocês prevê quantas visitas?

Venho a Ribeirão uma vez a cada duas semanas e ele fica comigo no hotel. Como eu trabalho demais e moro em São Paulo, inclusive aos finais de semana, essa foi a solução que encontramos. Ele adora piscina, adora brincar, carrinho, o homem-aranha (se emociona e para de falar).

O Joaquim costuma ir à capital com você?

Raramente. Foi algumas vezes quando vim buscá-lo de ônibus ou com o carro do meu irmão. Mas como tenho apenas uma moto, não acho seguro colocá-lo na estrada. Uma vez fomos de avião e ele amou.

Nestes dias, vimos muita gente vindo conversar com você. O que elas falam ao abordá-lo?
(Chorando) Eu só tenho a agradecer ao povo de Ribeirão Preto e do Brasil. Eu e o Joaquim estamos recebendo muitas orações. Tenho certeza que, onde quer que ele esteja, está sentindo essa energia. As pessoas me param, beijam, abraçam, fazem exatamente aquilo que meu filho costuma fazer na rua. O que ele faz para as pessoas, hoje elas fazem comigo. Isso é doloroso demais. Eu preciso saber onde está meu filho.

O que você pretende fazer daqui em diante?

Não arredo o pé de Ribeirão até encontrarem o Joaquim. Durmo na rua, na porta da delegacia, vou entregar panfletos nas ruas, como tenho feito diariamente. Mas não saio daqui.

E como fica o seu trabalho em São Paulo?

O que eles estão fazendo por mim, só Deus pode retribuir. Tenho de agradecer a todos da agência onde trabalho, aos meus amigos, familiares e as pessoas que demonstram solidariedade o tempo todo. Não tenho palavras para agradecer.

Um investigador de polícia comentou conosco que você tem chegado à Delegacia por volta de 5h da madrugada. Você tem conseguido dormir?

Só à base de remédio. Não dá para dizer que é dormir. Vou para o hotel, tomo um banho, tiro o tênis e teoricamente deito para relaxar. Mas não fico muito tempo e levanto.

Você tem tido algum tipo de comunicação com a Natália e o Guilherme?

Não mais, porque nos foi determinado que não mantivéssemos contato. Mas logo que cheguei conversei com ambos e eles afirmam que não sabem como tudo aconteceu. Eles disseram que estavam dormindo. Depois começou o papo que ele acordou para comprar drogas. Não estou acusando-os de nada, mas é muito estranho. Uma criança de 3 anos acorda, abre a porta do quarto, abre a porta da sala, vai para o quintal e pula uma grade de três metros de altura, com lanças nas pontas? E se tivesse o envolvimento de uma terceira pessoa, também acho inviável. Teriam que ter mais outras duas para dar apoio. Isso não existe. Quem sabe o que aconteceu são os dois, porque só eles estavam lá. Não estou dizendo que fizeram alguma coisa, mas se alguém sabe onde está o Joaquim, são apenas os dois.
 
 
 
Fonte:http://www.jornalacidade.com.br/noticias/cidades/NOT,2,2,898528,Quem+sabe+o+que+aconteceu+sao+os+dois.aspx
 
 
 
 

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