Após um ano, Calçadão volta a receber consumidores até às 22h com os mesmos problemas de dezembro de 2012.
Após um ano, comerciantes e consumidores ainda não receberam Calçadão novo (Weber Sian / A Cidade)
A partir de segunda-feira (2), os lojistas do Centro de Ribeirão Preto começam abrir as portas até as 22h, mas o cenário no Calçadão é o mesmo do ano passado – piso irregular e cheio de buracos. Quem sofre é o consumidor, que se prepara para iniciar as compras de fim de ano. Assim como fez no início de dezembro de 2012, a reportagem percorreu os principais corredores do Centro e constatou que, em um ano, praticamente nada mudou.
A obra para trocar o piso do Calçadão começou em abril de 2012 e a previsão inicial era concluir os trabalhos em dezembro do mesmo ano. Mas após vários atrasos no cronograma, a meta passou a ser 2013, mas os consumidores terão que aguardar 2014 – ou talvez 2015 – para pisar no novo Calçadão.
Ana Paula Pires, de 22 anos, trabalha em uma loja do Centro e passa todos os dias pelo Calçadão. “Os idosos são os que mais têm dificuldade com o piso irregular. Mas eu já tropecei também. Tem que tomar cuidado”, explicou.
“Eu moro no Centro desde que nasci, mas hoje evito passar pelo Calçadão por medo de cair. Espero que ano que vem essa obra acabe”, disse a aposentada Ivete Campos, de 71.
Os comerciantes também estão insatisfeitos. “Temos clientes que estão indo no shopping para evitar o Calçadão. Antes tínhamos bancos. Hoje, só buraco”, criticou Leandro Santos, gerente de uma loja de importados.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), José Carlos Carvalho, cobra da prefeitura uma atenção especial para minimizar os prejuízos. “Espero que a prefeitura tape os buracos que podem causar quedas e acumulo de água. A limpeza também precisa ser prioridade”, cobrou o presidente.
A obra
O novo piso do Calçadão vai custar R$ 8 milhões em uma área de 12,6 mil m². Esta etapa prevê a colocação de piso decorativo, reforço na iluminação, ligações elétricas, retirada de postes (a fiação será aterrada), implantação de mobiliário urbano, além da pavimentação asfáltica, drenagem e paisagismo.
Secretário de Obras promete ‘pente fino’
A prefeitura, por meio da Secretaria de Obras, garantiu que está fazendo um ‘pente fino’ para tapar buracos e corrigir possíveis imperfeições que venham oferecer risco aos consumidores que frequentam o Calçadão de Ribeirão Preto.
De acordo com o Secretário Municipal de Obras, Abranche Fuad Abdo, o quarteirão que está interditado – rua General Osório, entre as ruas Visconde de Inhaúma e Barão do Amazonas – vai ser liberado hoje. “Vamos lavar e deixar liberado”, falou.
A via de acesso para o estacionamento do hipermercado Extra, porém, segue parcialmente interditada. O acesso via rua Visconde de Inhaúma vai continuar fechado porque foi feita a concretagem que leva, pelo menos, 20 dias para secar.
Fim da obra
A expectativa de Fuad Abdo, é que até o fim de novembro de 2014 o novo piso já esteja colocado. “Estamos programando para isso, mas fatores externos, como a quantidade de chuva, podem influenciar no prazo”, falou.
Mesmo com problemas estruturais, comércio do Centro acredita em crescimento nas vendas; lojas ficam abertas até às 22h (foto: Weber Sian / A Cidade)
‘Xô’ a camelôs é comemorado
Apesar de estar descontente com o piso do Calçadão, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), José Carlos Carvalho, comemorou o fim dos camelôs no Calçadão.
Desde outubro, com a inauguração do novo Centro Popular de Compras (CPC), na rua General Osório, a prefeitura implantou a ‘tolerância zero’ aos camelôs. “Se o piso não é o ideal, pelo menos os consumidores vão poder caminhar com mais tranquilidade sem o excesso de ambulantes na região central”, fala Carvalho.
A operação feita pelo Departamento de Fiscalização Geral, conta com 24 fiscais, que trabalham nos três períodos. “Os ambulantes que forem flagrados atuando na informalidade terão seus produtos apreendidos”, alerta o chefe da Fiscalização, Osvaldo Braga. Ainda é aplicada multa de R$ 437 para o camelô.
Crescimento tímido
A abertura até mais tarde do comércio traz a expectativa de aumento em relação às vendas do ano passado. Mas, a perspectiva dos lojistas é conservadora, de uma alta de 3%, segundo o sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão (Sicovarp).
“As vendas durante todo o ano foram mornas e não há a expectativa de um grande aumento em relação ao ano passado”, diz o economista Marcelo Bosi, do Sincovarp. O tíquete médio para a compra, segundo o economista, será de aproximadamente R$ 120, ante R$ 100 do ano passado.
“O horário especial acaba tendo influência nessa movimentação de vendas, pois muitas pessoas que trabalham em horário comercial, como funcionários públicos, aproveitam para fazer as compras depois do trabalho”, diz.
Tradição
O economista e lojistas destacam ainda a tradição do funcionamento até mais tarde. “Apesar da concorrência com os shoppings ser grande, a agente aposta nessa tradição do Centro onde as pessoas vêm em busca de melhores preços”, diz a vendedora Márcia Freitas, 26 anos.
Para a funcionária pública Meire Santos, 46, o Centro é uma boa opção para fazer as compras, mas a estrutura ainda tem de melhorar. “Sei que as obras, por exemplo, são para melhorar, mas enquanto elas não acabam fica difícil”.
Fonte:http://www.jornalacidade.com.br/noticias/cidades/NOT,2,2,904680,Natal+chega+com+cara+do+ano+passado+em+Ribeirao+Preto.aspx