Educação - Mães de alunos reclamam da falta de vagas na escola do Santa Cruz

Alunos com 16 anos devem optar por estudar no período noturno ou procurar outra escola que ofereça vagas pela manhã; direção alega falta de espaço físico para acolher a clientela.

 

Mães de alunos com 16 anos ou mais reclamam da falta de vagas no período diurno da Escola Estadual Carmela Morano Previdelli, localizada no bairro Santa Cruz. Alunos nessa faixa etária e que estão matriculados este ano terão de optar pelo período noturno ou procurar vaga em outra escola da cidade. A direção alega falta de espaço físico para acolher a crescente clientela dos bairros da região.

O assunto ganhou repercussão depois da manifestação esta semana no ‘Canal Um é Notícia’ de dona Maria, que mora no Jardim Sobral e é mãe de um aluno com 16 anos, e da ouvinte Tauani Fanelli de Souza, que estudava na Carmela, mas teve de se transferir para outra escola.

De acordo com a direção, a escola do bairro Santa Cruz possui 11 salas de aula, com ocupação total nos períodos da manhã e da tarde, e o funcionamento de três salas à noite.

Pela manhã, a escola destina três salas para os 8º anos, quatro para alunos do 9º ano, duas para o 1º do Ensino Médio, uma para o 2º e outra para o 3º, também do Ensino Médio.

À tarde funcionam cinco salas para os 6º anos, quatro para os do 7º ano e duas para os 8º anos. No período noturno funciona uma sala para o 1º ano do Ensino Médio e outras duas para os 2º anos.

Origem do problema

De acordo com a diretora Adriana Pinotti Tumiatti, todo ano a Carmela recebe de quatro a cinco turmas dos 6º anos das escolas Edina Bergamasco Scrivanti e Lydia Mizziara, que funcionam no bairro Jardim Paraíso. “Esses alunos de 6º anos têm prioridade por dois motivos: primeiro, porque são crianças de 10 e 11 anos e, por isso, só podem estudar no período diurno; e segundo, porque devem estudar na escola mais próxima de suas casas”, informou a diretora.

Ao priorizar o atendimento para os alunos dos 6º anos a escola acaba criando um problema: como administrar as quatro salas para alunos do 9º ano [último ano do Ensino Fundamental] que estudam pela manhã, se a unidade escolar oferece apenas duas salas no mesmo período para o 1º ano do Ensino Médio?

 

Sem espaço físico para atender todos os alunos, a escola oferece duas opções. Uma delas é o aluno optar por estudar à noite, nas duas salas que a unidade oferece. A outra, é transferir-se para uma escola que tenha disponibilidade de vagas no período diurno.
 

“Por isso, cerca de 50 alunos são encaminhados todos os anos para as escolas 9 de Julho ou Silveira Coelho porque eu não tenho onde colocar as crianças”, explica Adriana.
 

Segundo ela, os escolhidos para a transferência, são alunos com 16 anos ou mais e que morem distante da escola. “Como eles já utilizam o transporte escolar, em razão de morarem em bairros distantes da escola, são os escolhidos para optarem pelo ensino noturno ou em outra escola”, disse Adriana.

 

O problema, segundo a diretora, existe há quatro anos e ficou mais intenso com o aumento da população na região, depois da implantação de novos bairros. “A região cresceu e a escola ficou pequena para acolher todos os alunos”, afirmou a diretora.

Adriana informa que os pais dos alunos são informados do problema nas reuniões de rotina e que os alunos que são transferidos para outras escolas têm o direito garantido ao transporte escolar gratuito.

 

 

“A cidade precisa se mobilizar e pedir a construção de uma nova escola para atender a grande demanda da região”, ressaltou a diretora.

 

28 anos sem estaduais

Ao afirmar que a cidade precisa se mobilizar para a construção de uma nova escola na região do bairro Santa Cruz, a diretora da Escola Estadual Carmela Morano Previdelli toca numa das carências do município.

 

A escola do Santa Cruz, aliás, foi a última estadual a ser inaugurada no município, fato que ocorreu em agosto de 1985. Desde então, nenhuma outra foi construída pelo Estado, com exceção do Cefam Beatriz Athaide de Oliveira Buscardi, inaugurado em março de 1992, e que hoje abriga a Diretoria Regional de Ensino, e da Escola Técnica Dr. Adail Nunes da Silva, inaugurada em 1987.

 

Antes da escola do bairro Santa Cruz, em 1975, Taquaritinga ganhou a então Escola Estadual de 1º Grau Professor Modesto Bohrer. Com a municipalização da Educação a partir de 1988, no entanto, a escola do Jardim Bela Vista, a exemplo de outras do município (Amando de Castro Lima, Domingues da Silva e Mineo Rossi) se transformou em escola municipal.

 

Nos últimos 10 anos não se construiu uma única escola na cidade, nem mesmo escola municipal. Nesse período, os investimentos em Educação se resumem a três creches municipais, duas construídas pela administração municipal, uma no bairro Santa Cruz e outra na Vila São Sebastião, e a creche construída no bairro Jardim Micali pelo empresário Tato Nunes e doada ao município no ano passado.

 

Solução

A solução da falta de vagas pode ser resolvida pela ação da Diretoria Regional de Ensino, que tem se movimentado nesse sentido junto ao governo estadual, inclusive já teria até a indicação o terreno onde uma nova escola poderia ser construída no município.

 

Escolas estaduais
Prof. Francisco Silveira Coelho
Rua Visconde do Rio Branco, 200, centro
Fundada em 1951

 

Escola Estadual 9 de Julho
Rua Professor Mário Lapenta, s/n, Jd. Contendas
Fundada em 1927

 

Escola Carmela Morano Previdelli
Rua Antonio Sacomano Sobrinho, no Santa Cruz
Fundada em agosto 1985

 

Aníbal do Prado e Silva
Rua Antonio Paes de Camargo, 10, no bairro Talavasso
Fundada em novembro de 1963

 

Escola Felícia Adelvais Pagliuso
Rua Domingos Morano, 111, na Vila Sebastião
Fundada em novembro de 1967

 

Fonte:http://www.tribunataquaritinga.com.br/noticia/13367/maes-de-alunos-reclamam-da-falta-de-vagas-na-escola-do-santa-cruz