Escola diz que conscientiza pais e alunos, mas problema persiste; Comutran afirma que não vê solução para o caso por causa da falta de educação dos munícipes no trânsito
A maioria dos alunos da Escola Carmela Morano Previdelli, localizada no bairro Santa Cruz, despreza a passarela sobre a Avenida Pedro Carletto e atravessam a via desviando dos veículos que trafegam pelo local. Em algumas situações, como foi flagrada pela reportagem do Tribuna (foto), os estudantes andam em bloco e obrigam os motoristas a pararem ou reduzirem a velocidade para não provocarem acidentes.
As cenas podem ser vistas diariamente naquela região da cidade, onde o movimento de carros, motos e caminhões é intenso e, em alguns casos, com alta velocidade. “Não aconteceram acidentes fatais até agora porque Deus não quis”, comentou um morador do Jardim Santo Antônio. Os casos acontecem principalmente nos horários de saída e entrada de aulas – no final da manhã e da tarde.
Também é possível perceber que são poucas as crianças que utilizam a passarela – ainda assim acontecem as exceções. “O caminho percorrido é um pouquinho maior, mas, em compensação não corremos o perigo de sermos atropelados”, disse uma mãe de aluno que tem o costume de buscar o filho na escola.
Ao mesmo tempo, também existem muitos pais de alunos que não dão o exemplo e travessam a avenida segurando a mão dos filhos. Alguns ainda afirmam que fazem a travessia arriscada em razão da falta de segurança na passarela. “Dependendo do horário, a gente tem medo de passar pela passarela porque ela é frenquentada por pessoas com atitudes suspeitas”, justificou uma mãe que atravessava pela avenida movimentada quando foi abordada pela reportagem.
‘Falta educação’
Para o diretor da Comutran (Comissão Municipal de Trânsito), Roberto Apis, o caso é complicado porque envolve diretamente a educação do taquaritinguense no trânsito. “Quase não vemos a solução para este problema porque os próprios pais e adultos responsáveis, que deveriam dar o exemplo, acabam fazendo o contrário. Dessa maneira as crianças e alunos se espelham nos mais velhos e fazem igual, colocando suas vidas em risco”, comentou Apis.
Segundo ele, a criação de uma Guarda Civil no município pode amenizar o problema. “Somente com monitores de trânsito orientando de perto os pedestres para impedir que as pessoas atravessem a avenida”, opinou. “Do contrário, não temos muito o que fazer, porque a passarela existe e deve ser utilizada”, conclui o responsável pelo trânsito em Taquaritinga.
Mesmo sem ter obtido um resultado eficaz, a direção da Escola Carmela Morano Previdelli afirmou que sempre trabalhou com a conscientização dos alunos dentro da sala de aula. “Nós temos o conhecimento desse problema nos horários das saídas e entradas, porém, não temos competência em monitorar todos os alunos para não atravessarem a avenida”, disse a diretora Adriana Pinotti Tumiatti. “O que nós fazemos é educar os estudantes diariamente para não utilizarem a avenida e sim a passarela. Até nas reuniões de pais e mestres nós debatemos o assunto. Acontece que nem todos dão ouvidos para as orientações”, afirmou Adriana.
O que pensa a população?
Para a dona de casa Geralda Vascon, que mora nas proximidades da passarela, o problema vai mais longe. Segundo ela, a questão só será debatida por toda a comunidade, inclusive a classe política, depois que uma tragédia acontecer debaixo da passarela. “Não adianta, o povo não tem educação e os administradores da cidade, que incluiu também os nossos vereadores, vão começar a pensar numa solução quando alguma criança for morta por atropelamento”, desabafou a moradora.
Já o carpinteiro Sebastião Moreira, que tem filho que estuda na escola do Santa Cruz, acredita que uma maneira de impedir com que as pessoas atravessem a avenida é fechar as laterais da via expressa, deixando o acesso livre apenas pela passarela. “Com uma boa sinalização de trânsito naquele entroncamento que possui uma rotatória e um dos acessos de entrada da cidade o local poderia ser mais seguro. Além do que, não se pode deixar do jeito que está. É preciso impedir com um tipo de cercado os acessos de pedestres até a avenida, deixando apenas a opção da passarela para quem deseja atravessar de um lado para o outro”, sugeriu o morador.
Fonte: http://www.tribunataquaritinga.com.br/noticia/13057/apesar-da-passarela-alunos-se-arriscam-em-avenida-movimentada
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