Por: Davi Marques Pastrelo
Abandonada e esquecida há muitos anos pelo Poder Público e
pela iniciativa privada que a arrendou, a estação do Ouro localizada no
Município de Araraquara, carrega consigo parte de uma história pouco conhecida da
cidade.
Inaugurada em 1897, a estação teve outras utilidades além do
transporte de pessoas e mercadorias,
sobretudo o café. Entre os anos de 1895 a 1897, Araraquara foi assolada pela epidemia
de Febre Amarela que quase devastou a
cidade.
O pânico causado pelas mortes desorganizou a vida política e
social do município fazendo com que os moradores que tinham condições
financeiras procurassem se mudar para fazendas e vilarejos próximos a
ferrovias.
Parte da administração pública de Araraquara, foi
transferida para o então distrito de Américo Brasiliense, enquanto outras foram
transferidas para a Fazenda do Ouro, nas proximidades da estação.
A estação recebeu esse nome por causa do córrego
do Ouro, que atravessa o vale de mesmo nome e vai até Araraquara. Quando
inaugurado, o trecho de linha férrea pertencia a Companhia Paulista de Estradas
de Ferro de onde se pode ver a logo até os dias atuais.
Desde a década de 90, a estação e a área do seu
entorno vêm sofrendo com depredações e vandalismo. Muitas casas que faziam
parte da vila ferroviária foram demolidas, bem como a escola e a antiga capela.
Contorno Ferroviário:
O contorno ferroviário que
tirará os trilhos da região central de Araraquara, sairá a menos de 100 m da
estação do Ouro. Ele cortará a área rural pelo norte do município até atingir o
pátio de Tutóia, outra estação que não fosse a mobilização de alguns cidadãos
teria sido completamente demolida.
Da estação de Tutoia sairão
quatro ramais de saída que seguirão para Barretos, via Américo Brasiliense e
Rincão, dois estão prontos e os outros dois em construção. Mais quatros ramais
de saída do pátio estão em obras na direção do Mato Grosso passando por Matão.
Meio Ambiente:
A preservação da estação do Ouro não possui somente um apelo
histórico, mas também ambiental. Ao lado da estação funcionava uma subestação
de energia elétrica para a Companhia Paulista que foi desativada em 1999. Do antigo
prédio que abrigava geradores e transformadores, sobraram apenas
as paredes.
Os equipamentos foram roubados e
os materiais que os compunham como o cobre, estanho e bronze foram vendidos
como sucata. O problema é que muitos desses transformadores funcionavam a base
de óleo Ascarel, extremamente tóxico que vazou para o solo e pode contaminar o
lençol freático, no caso o Aquífero Guarani.
Em 1981, o Ascarel foi proibido
devido aos grandes riscos que traz à saúde, como desenvolvimento de câncer no
fígado, baço e rins, como também causar danos irreversíveis ao sistema nervoso
central.
Na época em que a subestação foi
desativada, o Ministério Público determinou que uma camada de 1,5 metro do solo
fosse retirada a fim de evitar a propagação do ascarel, no entanto nada foi feito.
Fonte: www.estaçoes ferroviarias.com.br
Estação do Ouro em 1951 - Fonte: www.estaçoes ferroviarias.com.br
Fotos: Davi Marques Pastrelo.
Fonte: Acervo Municipal Rodolpho Telarolli / http://www.estacoesferroviarias.com.br/
É uma putaria governamental essapalhaçada que os governantes fizeram. Eu queira meter uma bala nas cabeças de cada um deles
ResponderExcluir