terça-feira, 17 de setembro de 2013

Estação do Ouro: abandono do patrimônio histórico e ameça ao meio ambiente

Por: Davi Marques Pastrelo

Abandonada e esquecida há muitos anos pelo Poder Público e pela iniciativa privada que a arrendou, a estação do Ouro localizada no Município de Araraquara, carrega consigo parte de uma história pouco conhecida da cidade.

Inaugurada em 1897, a estação teve outras utilidades além do transporte de pessoas e  mercadorias, sobretudo o café. Entre os anos de 1895 a 1897, Araraquara foi assolada pela epidemia de Febre Amarela que  quase devastou a cidade.

O pânico causado pelas mortes desorganizou a vida política e social do município fazendo com que os moradores que tinham condições financeiras procurassem se mudar para fazendas e vilarejos próximos a ferrovias.

Parte da administração pública de Araraquara, foi transferida para o então distrito de Américo Brasiliense, enquanto outras foram transferidas para a Fazenda do Ouro, nas proximidades da estação.

A estação recebeu esse nome por causa do córrego do Ouro, que atravessa o vale de mesmo nome e vai até Araraquara. Quando inaugurado, o trecho de linha férrea pertencia a Companhia Paulista de Estradas de Ferro de onde se pode ver a logo até os dias atuais.


Desde a década de 90, a estação e a área do seu entorno vêm sofrendo com depredações e vandalismo. Muitas casas que faziam parte da vila ferroviária foram demolidas, bem como a escola e a antiga capela. 


Contorno Ferroviário:


O contorno ferroviário que tirará os trilhos da região central de Araraquara, sairá a menos de 100 m da estação do Ouro. Ele cortará a área rural pelo norte do município até atingir o pátio de Tutóia, outra estação que não fosse a mobilização de alguns cidadãos teria sido completamente demolida.

Da estação de Tutoia sairão quatro ramais de saída que seguirão para Barretos, via Américo Brasiliense e Rincão, dois estão prontos e os outros dois em construção. Mais quatros ramais de saída do pátio estão em obras na direção do Mato Grosso passando por Matão.

Meio Ambiente:

A preservação da estação do Ouro não possui somente um apelo histórico, mas também ambiental. Ao lado da estação funcionava uma subestação de energia elétrica para a Companhia Paulista que foi desativada em 1999. Do antigo prédio que abrigava geradores e transformadores, sobraram apenas as paredes.


Os equipamentos foram roubados e os materiais que os compunham como o cobre, estanho e bronze foram vendidos como sucata. O problema é que muitos desses transformadores funcionavam a base de óleo Ascarel, extremamente tóxico que vazou para o solo e pode contaminar o lençol freático, no caso o Aquífero Guarani.

Em 1981, o Ascarel foi proibido devido aos grandes riscos que traz à saúde, como desenvolvimento de câncer no fígado, baço e rins, como também causar danos irreversíveis ao sistema nervoso central.


Na época em que a subestação foi desativada, o Ministério Público determinou que uma camada de 1,5 metro do solo fosse retirada a fim de evitar a propagação do ascarel, no entanto nada foi feito.






Fonte: www.estaçoes ferroviarias.com.br 

Estação do Ouro em 1951 - Fonte: www.estaçoes ferroviarias.com.br

Fotos: Davi Marques Pastrelo.
Fonte: Acervo Municipal Rodolpho Telarolli / http://www.estacoesferroviarias.com.br/ 


1 comentários:

  1. É uma putaria governamental essapalhaçada que os governantes fizeram. Eu queira meter uma bala nas cabeças de cada um deles

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