segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Colunista - Manias são mais comuns do que se imagina, mas podem esconder desvio psicológico


De Ana Paula Schneider





Divertida ou estranha aos olhos alheios, o fato é que a mania faz parte do cotidiano da maioria das pessoas. Afinal,  quem nunca  se pegou  fazendo  algo  de  um  modo  todo particular, sem  qualquer sentido  para  os  outros? 

Mania é algo bem mais corriqueiro do que isso, são comportamentos repetitivos que são motivadas por superstição ou crenças. Todos nós podemos ter manias e isso não gera nenhum efeito em nossas vidas.

Além da mania existe o SOC (Sintomas Obsessivos Compulsivos), quase todo mundo tem. É quando, por exemplo, a pessoa checa cinco vezes ao dia se a porta de casa está trancada ou se o gás do fogão está desligado. É obsessivo porque ela precisa cumprir esse ritual e compulsivo por causa do número de repetições, se ele se tornar muito intenso e fizer com que a pessoa ocupe boa parte do seu tempo com isso, cuidado, pois pode ser o TOC.

Será que o que tenho são manias ou será que tenho TOC? Às vezes brincadeiras são feitas com esse tipo de referência a pessoas muito organizadas. Nada contra o bom humor, mas esse tipo de brincadeira não engloba o conhecimento sobre o sofrimento que alguém com TOC vivencia no dia a dia.

O TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) é caracterizado pela presença de obsessões ou compulsões recorrentes e tão severas para fazer com que o paciente passe a ocupar boa parte do tempo com elas, causando desconforto ou comprometimento.

Os comportamentos obsessivos são causados por pensamentos, ideias, impulsos ou imagens que invadem a consciência contra a vontade de forma repetitiva e persistente.

Normalmente é acompanhada de ansiedade e desconforto.  A compulsão é realizada como forma a neutralizar ou reduzir os efeitos da obsessão. Os tipos mais comuns de compulsões envolvem a limpeza (das mãos ou da casa), verificação ou controle (fechaduras, gás, chuveiro), repetições (sair, entrar, contar números) e sequência (ordenar roupas por cor). Enquanto a pessoa com TOC pode gastar até 15 horas concluindo todos os seus rituais, o paciente com SOC não perde nem 10 minutos se tiver distraído com alguma outra coisa.

Os tratamentos costumam ser eficientes no combate ao transtorno. Podem ser somente medicamentosos ou associados à terapia.  A psicoterapia cognitivo-comportamental, que foca nos sintomas, ou a psicodinâmica, que foca a análise psicológica, funcionam muito bem para tratar os pacientes que não conseguem se adaptar ao tratamento medicamentoso.

Se você imagina que tem algo parecido, é importante observar o comportamento e notar se você está gastando mais tempo do que deveria com os rituais, se eles estão causando algum tipo de sofrimento ou ansiedade e se está havendo muita interferência nas atividades do dia e nos relacionamentos sociais (afetivos, profissionais, ocupacionais ou financeiros).






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