Dos 429 casos de roubos registrados nos primeiros oito meses do ano, 153 foram a pedestres
Esta semana, a Polícia Civil prendeu um jovem de 23 anos, responsável pelo assalto de pelo menos nove estabelecimentos comerciais, localizados no Centro de Araraquara e na Vila Xavier. Ele foi preso e encaminhado a Jaboticabal (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Metade dos casos de roubo ocorridos em Araraquara, entre os meses de janeiro e agosto deste ano, ainda não foi esclarecida. Dos 429 registros feitos no período, 159 foram elucidados pela Polícia Civil. Além disso, outros 53 acusados foram presos em flagrante.
De acordo com Fernando Giaretta, delegado seccional, do total de casos registrados, 35,6% foram de roubos a pedestres. São 153 ocorrências. Nessa modalidade de crime, as pessoas são abordadas em ação rápida e, muitas vezes, não conseguem relatar o fato com clareza aos policiais.
“Esse é um roubo rápido, no qual, muitas vezes, a pessoa é abordada por trás ou em locais mais escuros, o que a impede de ver o assaltante para depois o descrevê-lo à policia”, explica.
O delegado afirma que as quadrilhas são mais organizadas, já que o roubo a residência ou comércio é mais trabalhoso e demanda tempo. Porém, há mais elementos a serem investigados, como o registro feito por câmeras de segurança e detalhes colhidos com a própria vítima.
“Entre os roubos, o de residência é o mais traumático, já que a família fica na mira de um revólver por cerca de meia hora. No entanto, é o que mais facilita a investigação, pois a pessoa consegue passar detalhes.”
Dificuldade
Para o delegado Elton Hugo Negrini, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), cada roubo tem determinado grau de dificuldade. No caso de quadrilhas organizadas, que cometem grandes crimes, a dificuldade é maior por envolver muitos bandidos. Também, na maioria dos casos, informações partem de dentro da empresa para auxiliar a ação criminosa.
Um exemplo foi o assalto em julho, em que cerca de 12 homens invadiram uma distribuidora de remédios de Araraquara e levaram oito veículos carregados de medicamentos.
Estima-se que o valor da carga seja de R$ 7 milhões. “Esse tipo de quadrilha vive do roubo, é experiente e muitas vezes ligada a quadrilhas de fora. Outros, como usuários de drogas, praticam roubos mais rápidos e sem planejamento, só para conseguir dinheiro para manter o vício”, afirma Negrini.
Sem recuperação
Existem ainda ocorrências em que ter o caso solucionado ou não acaba sendo indiferente. O roubo é um acontecimento traumático por si só, mas os casos pioram quando, entre os produtos roubados, estão objetos que não possuem alto valor financeiro, mas sim, sentimental.
Há dois anos, quatro homens armados assaltaram a padaria e a casa de uma mulher de 46 anos. Na ocasião, ela, o marido e dois filhos foram feitos reféns por meia hora.
“Eles levaram DVD, videogame, celulares e procuraram dinheiro. Mas, o que mais me doeu, é que eles pegaram a aliança do meu dedo. Ainda no quarto, dentro do guarda-roupa, eu tinha uma caixinha onde guardava meu anel de formatura e um par de brincos que a madrinha da minha filha deu de presente quando ela nasceu. Foi como se estivessem tirando um pedaço da minha história. DVD, videogame e outros produtos o dinheiro paga, mas esses, não”.
Casos que ainda precisam de respostas
Alguns roubos grandes ainda esperam por uma resposta, como o ocorrido na empresa de remédios, quando quatro caminhões carregados com medicamentos foram levados. O prejuízo ultrapassou R$ 7 milhões. Por outro lado, a Polícia Civil esclareceu na última semana nove roubos a comércio, ao prender um jovem de 23 anos.
“A prisão de grupos que realizam grandes roubos é mais difícil, mas, também, quando prende um, vários casos acabam sendo resolvidos”, finaliza o delegado Elton Hugo Negrini, da DIG.
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Fonte:http://www.jornalacidade.com.br/noticias/policia/NOT,0,0,887757,So+metade+dos+roubos+foi+resolvida+em+Araraquara.aspx
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