De Ana Paula Schneider
A urgência dos nossos dias nos faz pensar exatamente na urgência do amor. Quando o sentimento se faz presente entre duas pessoas é muito comum à necessidade imediata de dizer: “Eu te amo”.
Avaliar nossos sentimentos e todas as implicações que ele envolve também nos faz pensar que os caminhos para o amor nunca são ou estão prontos, mas certamente, passam por nossa maturidade.
Poderíamos dizer que o amor é uma questão de “despertar para a vida”, e sendo assim, nem todos despertam ao mesmo tempo, nem esperam as mesmas coisas ou se satisfazem com as mesmas coisas. Quando se acelera o processo do amor, muitas vezes, se “mata” esse sentimento. Esse sentimento que nos traz paz, conforto, um bem-querer maior que tudo pela outra pessoa. Amor requer tempo, conhecimento, reconhecimento do que gosto ou não, das minhas limitações e da limitação do outro.
Amor é como uma construção, é como se fôssemos construir uma casa, precisa ser feito uma boa base para que a obra seja realizada, assim podemos dizer que é o amor, não pode ser urgente, uma casa feita às pressas, tende a cair antes do tempo.
Os caminhos de um casal se fazem pela descoberta das alegrias e das tristezas que os dois podem viver. Estes se fazem ainda pela capacidade de reconhecer no outro aquele que me faz feliz, mas não apenas a única pessoa do mundo que me faz feliz, mas que me completa em parte da vida, que é muito mais do que apenas uma pessoa ou um único motivo. O amor exige dedicação e decisão, é saber gostar de alguém enxergando as qualidades e defeitos e desejando sempre o BEM, independente dela estar ou não do nosso lado. O amor é calmo, paciente, compreensivo (mas não é aquele que ACEITA tudo), que sabe a hora de dizer SIM e de também dizer NÃO. E principalmente o amor nos faz sorrir e não chorar.
Já quando sentimos “um frio na barriga”, “um arrepio na coluna”, uma vontade “louca” de estar junto, parece que não se tem o ar, que o coração está descompassado...
A paixão é assim... Mexe com o nosso corpo, ficamos pensando constantemente na pessoa. A paixão faz a gente não pensar direito, reduzimos o mundo e tudo o que nos cerca a esse sentimento. Se a paixão vai bem tudo está lindo, mas se não vai bem, o mundo se torna mal, feio, sem esperança. É um sentimento que consome que dói que falta uma parte de si mesmo.
Muitas vezes confundimos esse sentimento com Amor, essa necessidade da outra pessoa, pois só com ela estaríamos completos, ele é tão forte que começamos a achar que isso que é o amor. Na verdade o amor é muito diferente disso.
Quando estamos apaixonados sempre esperamos que a outra pessoa venha completar algo que esta faltando dentro de nós mesmos. Mas essa falta é nossa e a outra pessoa não tem a responsabilidade de completá-la.
A paixão normalmente nos cega e só nos faz enxergar aquilo que queremos. Isso é um risco muito grande por que estamos apaixonados pela ideia que fazemos da outra pessoa e não pela pessoa como ela é verdadeiramente: com sua qualidade e defeitos.
Se você ainda não está pronto para isso, pense se não é tempo de se autoconhecer para conviver com o amor, mas também não espere que esteja 100% pronto para vivê-lo, pois a perfeição não existe, ainda mais quando falamos de seres humanos.
E lembre-se: para tudo existe um tempo: amor, paixão, afetividade, sexualidade, cada um deve e precisa acordar em seu tempo, até mesmo para que as experiências fora do tempo e erradas não se tornem marcas negativas no futuro.
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